Descubra como os efeitos do El Niño podem influenciar na sua lavoura

O El Niño é um fenômeno natural causado pelo aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, devido a interação do oceano com a atmosfera. A presença das águas quentes acabam alterando a circulação geral da atmosfera e de ventos, além de aumentar ou diminuir os índices de chuvas e as temperaturas em diversas regiões do país.

De uma forma geral, os principais efeitos envolvem chuvas em excesso, estiagem, seca e aumento de temperaturas, o que pode causar perdas drásticas para a produção agrícola, caso os agricultores não tomem medidas preventivas.

Mapa do Brasil - El Niño

O Brasil é considerado como o país que apresenta a maior variedade desses efeitos, com maior incidência nas regiões Nordeste e Sul. Segundo um estudo do Instituto Nacional de Ciências Agroambientais do Japão, o El Niño pode aumentar o rendimento em até 36% das áreas plantadas, especialmente em culturas como milho, soja e arroz, e diminuir em até 24% delas.

Assim, dependendo da época do ano em que o fenômeno ocorre, ele pode impactar tanto positivamente quanto negativamente na produção agrícola. A situação pode ser positiva, se por exemplo, durante a fase de semeadura, florescimento e enchimento dos grãos houver um período mais chuvoso. Porém, se isso acontecer ao longo da colheita, o efeito é oposto, provocando redução da qualidade dos grãos e elevação a incidência de doenças.   

Efeitos do El Niño

O El Niño tem um efeito muito grande no inverno e na primavera das regiões norte e nordeste, afetando principalmente as culturas de sequeiro como milho e soja, e a pastagem para a pecuária.

Especificamente no caso do leste do Nordeste (Zona da Mata) e no extremo norte e oeste, as chuvas continuam, pois estas são áreas que normalmente possuem uma estação chuvosa durante esse período.

Chuvas mais intensas

Na região Sul, mesmo com uma pausa nas chuvas no final de julho e início de agosto, é possível que aconteça alguns episódios de chuvas fortes até o final do inverno e primavera. Além dos riscos de possíveis enchentes e inundações, o efeito mais evidente está relacionado a um aumento das temperaturas, ficando acima do normal, o que pode atrapalhar a fase final e a colheita.

Outros problemas vindos desse fenômeno são problemas de baixa luminosidade durante a safra de inverno, devido a presença de nuvens, porém, em contrapartida, existem algumas culturas que atingem maiores níveis de produtividade, como o milho, que tem um déficit hídrico menor.

Diminuição dos riscos de geadas

O aumento da temperatura do ar durante o outono e inverno no sul do país faz com que reduza o risco de geadas. Isto beneficia tanto a segunda safra de milho quanto a implantação da cultura de trigo, já que o efeito das baixas temperaturas é um fator ameaça para estes cultivos.

Aumento de ocorrência de doenças

O aumento das chuvas e da nebulosidade acabam aumentam a duração em que a folha permanece molhada, o que resulta em uma ótima combinação para o estabelecimento de doenças fúngicas nos cultivos agrícolas, prejudicando a qualidade da produção na lavoura.

De uma forma geral, as adversidades climáticas podem ser consideradas como as maiores causadoras de queda na produtividade das lavouras, e esse efeito pode ser ainda mais intenso pela ação do El Niño.

Consequentemente, este fenômeno irá exigir das plantas uma maior capacidade de suportar situações de estresse, e para isso é preciso que ela esteja balanceada nutricionalmente para enfrentar o desequilíbrio climático.

Previsão para 2018/2019

De acordo com o O Centro de Previsão Climática do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) localizado nos Estados Unidos, existe uma chance de 70% de ocorrer o fenômeno do El Niño entre o final de 2018 e início de 2019,  que corresponde ao outono e inverno no hemisfério Norte e primavera e verão no hemisfério Sul.

Durante esse período o Brasil vai  estar dando início ao plantio da safra de grãos 2018/2019, com culturas como soja, milho, arroz e feijão. Além disso, devido ao aumento das temperaturas e a diminuição dos índices de chuva, o clima pode ficar mais seco em algumas áreas, principalmente no Centro-Norte e mais úmido no Sul.

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