Manejo de irrigação no milho pode colaborar para o aumento da produtividade

Manejo de irrigação no milho: novas técnicas de controle da água, aliadas à tecnologia, favorecem a irrigação eficiente e o melhor desenvolvimento da lavoura

O manejo da irrigação do milho é uma das atividades que requerem maior cuidado e atenção para que, o conjunto de ações, resulte numa boa produção da cultura. 

No Brasil, é possível colher até três safras de milho, e cada uma delas passa por um regime de chuvas diferente que deve ser conciliado com a irrigação.

Por isso, é essencial saber como manejar a irrigação do milho em diversas épocas de plantio. Pois, esse conhecimento, aliado às tecnologias, permite ter um uso mais eficiente da água.

Neste artigo, você conhecerá boas práticas de irrigação do milho que, além de colaborar no aumento da produtividade, contribuem para a sustentabilidade ambiental da lavoura.

As safras da produção de milho no Brasil

O cultivo de milho no Brasil, diferente de outros lugares, já vem de há muitos anos em um novo patamar, já que por aqui é possível realizar o plantio da cultura em três momentos:

  • 1ª safra: conhecida como safra de verão, é a principal e ocorre de setembro a dezembro (época das chuvas), quando o cultivo é realizado em todo o país;
  • 2ª safra: safrinha/safra de inverno, vai de janeiro a abril e é muito utilizada por produtores de soja que plantam o milho após colher a oleaginosa;
  • 3ª safra: ocorre nos meses mais secos do ano (abril e junho), e é a de maior risco à cultura pela da falta de chuvas. Basicamente, é feita em áreas irrigadas.

De acordo com analistas do setor, a segunda safra ganha cada vez mais espaço, enquanto a de verão segue uma tendência de queda.

O milho é um alimento produzido há 5 mil anos no mundo (Divulgação)

A produção de milho para a safra 2020/2021, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), é de 85,7 milhões de toneladas, diminuição de 16,4% em relação à safra 2019/2020.

Já a produtividade deve alcançar 4.316 kg/ha, redução de 22,1%, na mesma comparação. E isso se deve à intensa seca e geada que afetaram as lavouras neste ano.

Com a colheita da 1ª safra encerrada, restam a 2ª safra (colheita em fase final) e a 3ª safra, que enfrenta restrições do clima e também pode ter a sua produção afetada.

Cada safra de milho, para obter bons resultados, tem um nível de exigência hídrica diferente. Isso porque, outros fatores, como as condições climáticas e manejo do solo, também interferem na produção.

Além disso, a planta requer em suas fases, de crescimento e desenvolvimento, necessidades especiais de água e nutrientes, que precisam ser bem manejados.

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Fases da produção de milho

De forma geral, o ciclo das variedades de milho cultivadas no país (196 cultivares) dura entre 110 (precoce) a 180 dias (tardio), da semeadura à colheita.

É importante observar que, o desempenho de uma mesma cultivar pode diferir, dependendo da época e local da semeadura, dos tratos culturais e das condições climáticas.  

Mas, com relação às fases, elas são iguais para todas as variedades. Dividem-se entre 10 estádios vegetativos (de crescimento) e 6 estádios reprodutivos (de desenvolvimento). 

Os estádios vegetativos do milho são:

  • VE (emergência);
  • V1 (primeira folha);
  • V2 (segunda folha);
  • V6 (sexta folha);
  • V9 (nona folha);
  • V12 (décima segunda folha)
  • V15 (décima quinta folha);
  • V18 (décima oitava folha);
  • e VT (pendoamento).

Já os estádios reprodutivos são divididos em: 

  • R1 (florescimento);
  • R2 (grão leitoso);
  • R3 (grão pastoso);
  • R4 (grão farináceo);
  • R5 (grão farináceo-duro);
  • e R6 (maturidade fisiológica);

Assim, com essas divisões de V e R, é possível relacionar a fisiologia da planta com a irrigação, o clima, os fatores fitossanitários e fitotécnicos, além de acompanhar o desempenho da lavoura.

A importância da água na produção do milho

A disponibilidade para água é um dos fatores que mais contribuem para a produção do milho assim como o nível de interceptação da radiação solar pelo dossel (parte aérea da planta), a eficiência metabólica e a translocação de nutrientes para os grãos.

De acordo com técnicos do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a disponibilidade de água para a lavoura vai depender: da distribuição das precipitações na região; da época de plantio da cultura; e da quantidade de água no solo.

E no próprio solo, essa quantidade de água varia também conforme a sua textura, que pode ser arenosa, média (entre arenosa e argilosa) ou argilosa.

Déficit hídrico no milho: fases mais críticas

De acordo com pesquisadores, as fases VT, R1 e R5 são as mais sensíveis com relação ao déficit hídrico, que, a depender da sua duração, pode comprometer até 50% da produtividade.

Assim, as fases em que o milho mais precisa de água são as de florescimento e enchimento dos grãos.

Mas, se o déficit ocorrer no início do desenvolvimento da planta, como resultado pode haver dificuldades na germinação (com problemas de emergência da plântula) e, consequente, desuniformidade da lavoura.

Em áreas de sequeiro, de acordo com o agrônomo e consultor Matheus Azevedo, após semeada, as sementes de milho resistem até 21 dias sem água.

Após isso, diz ele, o seu poder germinativo diminui consideravelmente.

Épocas mais sensíveis para o déficit hídrico na planta do milho (Fonte: Mais Soja)

De acordo com o Mapa, o milho, para ter boas produtividades, precisa de precipitação entre 500 a 800 mm de água, bem distribuídos durante o ciclo fenológico.

Além disso, precisa também de temperatura média diária superior a 15°C (não suporta geadas), média noturna entre 12,8°C e 25°C e no período próximo e durante o florescimento entre 15°C e 30°C.

Manejo de irrigação na produção de milho

A irrigação na produção de milho é algo que deve ser considerado. Sobretudo em regiões mais quentes, como no Cerrado.

Mas, diante da situação de mudanças climáticas, é importante que você considere ter irrigação em sua lavoura, mesmo se, tradicionalmente, na sua região o regime de chuvas for constante e bem distribuído.  

Outro ponto de atenção, em relação à irrigação, é a finalidade da sua produção, ou seja, para milho silagem, milho pipoca, milho doce, milho branco e mini milho.

Se for para cultivo de milho doce (venda à indústria ou consumo in natura), o ideal é irrigar durante todo o ciclo, pois a qualidade do milho depende muito da água.

Nos demais tipos de cultivo de milho, é possível obter boas produtividades, desde que haja bom índice pluviométrico, além de outros fatores relacionados acima.

Métodos de irrigação para o milho

O  cultivo de milho pode ser irrigado de três formas:

  • Por superfície: realizada através de sulcos entre as fileiras da plantação.
  • Aspersão/pivô central: a água é lançada na lavoura como se fosse uma chuva.
  • Por gotejamento: é a irrigação localizada que irriga o solo diretamente, na linha da planta, sem que ervas daninhas consumam boa parte da água.

Vale destacar que, o milho de ciclo médio, para produção de grãos secos,  requer de 400 a 700 mm de água durante o seu ciclo.

Plantio direto na palha

Uma prática importante para você desenvolver na sua lavoura, seja com o plantio irrigado ou de sequeiro, é realizar o plantio direto na palha. 

Restos triturados de culturas como sorgo, aveia, trigo, feijão e soja podem ser utilizados, após a colheita, para cobrir o solo, o que colabora para reter a umidade e reduzir o aquecimento do solo, o que colabora para o maior aproveitamento de água pela planta.

A “palha” são os restos das plantas deixadas na lavoura, em cima da qual será feita a semeadura. Ela é rica em matéria orgânica e ainda colabora para o sequestro de carbono. 

O próprio milho também é uma ótima opção para ser usado como palha no plantio direto.

Tecnologias para o manejo de irrigação

Ao realizar boas práticas no manejo da irrigação do milho, você pode alcançar até o dobro de produtividade, em relação ao cultivo em área de sequeiro.

De acordo com pesquisas, a produtividade do milho em área de sequeiro no Brasil é de 4.615 kg/hectare, e no cultivo irrigado de 8.847 kg/hectare.   

Mas, para saber o quanto você deve irrigar, é necessário saber o nível de umidade do solo, que pode ser monitorado através de um sensor de umidade do solo.

Outra ferramenta importante é o pluviômetro, que registra o quanto choveu na sua lavoura. Neste sentido, uma tecnologia bem prática é o  pluviômetro digital da Agrosmart, que permite ao produtor monitorar de forma fácil e rápida, na palma da sua mão, o volume de chuvas em sua área.

Além disso, também é bastante útil poder contar com um sistema de telemetria em hidrômetros. Pois, assim, é possível saber, de forma exata, o quanto está sendo enviado de água para a sua lavoura. 

A Agrosmart possui estas três soluções (pluviômetro digital, sensor de umidade do solo e sistema de telemetria de hidrômetro). Além de uma estação meteorológica completa que permite o monitoramento de diversas variáveis através de um processamento de dados de alta qualidade.

Com essas tecnologias, é possível manejar todo o sistema de irrigação e disponibilizar para a planta a quantidade precisa de água para que ela se desenvolva bem.

Conclusão

Neste artigo, você viu a importância de realizar o manejo de irrigação no milho de forma correta e com o uso de tecnologias como as oferecidas pela Agrosmart.

Por meio dessas tecnologias, você consegue ter uma produção mais assertiva, já que as informações necessárias para tomada de decisão na irrigação estarão na palma da sua mão, em seu celular.

E dentre essas informações, estão o nível da umidade do solo, as condições climáticas, quantidade de chuva na lavoura e o volume exato de água enviado para a irrigação.

Dessa forma, você tem muito mais oportunidades de obter altas produtividades, economizar água e colaborar para a sustentabilidade ambiental da sua lavoura.  

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