Entenda quais sãos os desafios, oportunidades e benefícios da transformação digital no agronegócio, do campo à agroindústria
Nas últimas décadas, a agricultura brasileira e mundial têm passado por diversas mudanças, com vistas a uma maior eficiência na produção agrícola.
Da agricultura 1.0, rudimentar e de baixa produtividade, praticada até 1950, passamos hoje para a agricultura 4.0 e caminhamos para a 5.0, com o amplo uso das tecnologias digitais.
Essa transformação digital no agronegócio, mesmo acelerada em alguns locais, ainda precisa superar muitas barreiras para alcançar o setor de ponta a ponta.
Digitalização do campo: desafios e oportunidades
O agronegócio é um dos principais setores da economia do Brasil, mas tem enfrentado desafios em 2022, como a alta dos insumos e os efeitos das mudanças climáticas.
Devido a isso, o PIB do agronegócio teve queda de 0,8% no primeiro trimestre deste ano.
A situação atual tem levado o setor a repensar estratégias de atuação para continuar a produzir alimentos e atender tanto o mercado interno, quanto o externo.
E uma das principais soluções é a transformação digital no agronegócio, com ferramentas que favoreçam a resiliência climática e o aumento da produtividade nas lavouras.
De acordo com uma Pesquisa da Embrapa com produtores rurais, empresas e prestadores de serviços, há sim um interesse destes por soluções digitais.
Mas, a baixa infraestrutura de conectividade e a falta de conhecimento sobre as tecnologias são desafios que precisam ser superados para que a digitalização no campo avance.
Só assim será possível aproveitar as oportunidades da digitalização no agronegócio, como decisões baseadas em dados (data-driven), redução dos custos de transação e melhor gerenciamento de riscos.
Com o data-driven, por exemplo, é possível fazer uma análise acurada dos dados e, assim, traçar estratégias mais adequadas, ganhar eficiência produtiva e até mesmo gerir riscos climáticos e ambientais.
Como foi o caso da parceria entre a Agrosmart e a Nestlé: por meio das soluções da Agrosmart, cafeicultores de Linhares (ES) reduziram em 56% o consumo de água na irrigação do café conilon.
Leia mais aqui: Agrosmart e Nestlé | Tecnologia digital para uma cafeicultura mais sustentável
Mas, para isso, a integração de dados é essencial.
Tendências do agro: Farming as a Service e Agricultura 5.0
Uma das tendências, se tratando de transformação digital no agronegócio, é o FaaS (Farming as a Service).
Ao contratar um serviço por meio de uma assinatura – que pode ser semestral ou anual, ou ainda avulsa – é possível ter acesso a serviços que trazem mais eficiência à atividade agrícola.
Além disso, um desdobramento importante do FaaS é o gerenciamento de riscos – inclusive os climáticos e socioambientais.
Uma das vantagens do FaaS é que ele utiliza serviços da Agricultura 5.0, a exemplo do armazenamento de softwares e dados em nuvens.
Por conta dessas vantagens que possibilitam a gestão eficiente e remota da propriedade, o FaaS é uma das principais ferramentas de transformação digital no agronegócio.
As soluções do FaaS podem envolver toda a cadeia de valor, sendo, portanto, um elo importante entre agricultores, agroindústrias e os mercados varejistas.
Essas soluções são divididas em 3 categorias:
- de gerenciamento, com ferramentas de compartilhamento de informações, análises de dados e agricultura de precisão;
- de assistência à produção, na qual serviços são oferecidos em plataformas que facilitam o acesso aos produtos/serviços ou como fornecedores com pronta-entrega;
- e de acesso a mercados, por meio da qual é possível conectar os agricultores com fornecedores de insumos e potenciais compradores da produção agrícola.
Inteligência Climática para a transformação digital no agronegócio
Com mercados cada vez mais exigentes e aumento das incertezas sobre a produção agrícola, devido aos riscos climáticos, é importante realizar o monitoramento e a integração de dados.
Competitividade no campo
Nesse sentido, é fundamental o uso de inteligência climática por meio de equipamentos e soluções que realizem o acompanhamento das condições meteorológicos e o seu impacto na atividade agrícola.
Ao fazer isso, no campo, o produtor é capaz de se prevenir ou se adaptar para o caso de chuvas intensas, geadas, ventos fortes ou secas.
Isso, por sua vez, colabora para o ganho competitivo no campo.
Previsibilidade na indústria
Já para as agroindústrias, realizar esse monitoramento também é muito relevante, pois assim é possível acompanhar o andamento da produção e o fornecimento dos produtos agrícolas.
Na prática, isso significa mais previsibilidade de quantidade, qualidade e padrão na oferta.
Nesse sentido, há redução de riscos dos dois lados da cadeia produtiva: de quem produz e de quem compra a produção.
Como viabilizar o acesso à soluções de inteligência climática?
No processo de transformação digital no agronegócio, o uso da inteligência climática no campo (também chamada de Climate-smart Agriculture) deve estar entre as ações prioritárias.
Isso porque, a partir da coleta de dados via sensor de solo (para medir a umidade do solo), pluviômetro digital (para mensurar o volume de chuvas) e estação meteorológica (monitoramento das condições atmosféricas) é possível gerar inteligência para a tomada de decisões.
Ou seja, a partir desses dados é possível construir soluções como previsões do tempo geolocalizadas, recomendações precisas para o uso da água na lavoura, indicações do melhor horários para realizar determinadas atividades etc.
Na prática, isso se reflete em:
- resiliência climática;
- maior eficiência nas aplicações de defensivos e fertilizantes e, com isso, economia desses recursos;
- melhor gestão da água e, assim, melhora na pegada hídrica da produção;
- economia de mão de obra, água, e energia, o que impacta na pegada de carbono;
- maior produtividade da lavoura e muito mais.
Porém, no contexto da agricultura de pequena escala, muitos produtores não tem acesso a recursos para adoção dessas tecnologias.
Neste momento, a agroindústria pode ter um papel fundamental de viabilizar esse acesso.
Benefícios da transformação digital no campo para a agroindústria
Em resumo, a transformação digital no agronegócio, quando o foco está ‘dentro da porteira’, também pode trazer benefícios à agroindústria, por exemplo:
- Consistência e previsibilidade na oferta;
- Gestão de riscos socioambientais;
- Resiliência climática na cadeia de suprimentos.
Além disso, é possível usar soluções que monitoram, reportam, verificam indicadores socioambientais para uma cadeia agroalimentar mais produtiva, sustentável e resiliente ao clima.
Dentre essas soluções, está a ESG Platform da Agrosmart, capaz de integrar dados ao longo de toda a cadeia de valor.
Conclusão
A agricultura – devido à sua exposição às condições meteorológicas, pragas, doenças entre outros fatores – sempre estará sujeita a riscos.
Mas, é possível lidar com eles de forma mais eficiente a partir da adoção de soluções que tragam transformação digital ao agronegócio.
Essa transformação precisa ser feita em todo o setor, para que assim haja mais possibilidade de melhores ganhos de todas as partes: do agricultor à indústria.
Consulte as soluções da Agrosmart e veja como acelerar a transformação digital da sua empresa, seja ela uma fazenda, corporação agrícola ou agroindústria.