Excesso e déficit hídrico: entenda suas definições, a importância da quantidade certa de água no manejo das culturas e mais!
Tanto o excesso quanto o déficit hídrico são prejudiciais para a produção agrícola, por interferirem diretamente no desempenho das plantas.
Entendendo sobre os fatores que contribuem para essas duas situações, você pode atuar diretamente para a conservação dos recursos hídricos.
Dessa forma, neste artigo vamos definir excesso e déficit hídrico, suas consequências e quais as práticas que podem ser realizadas com o propósito de conservação da água. Venha conferir!
Importância da água
É indiscutível a importância da água para a vida. Embora, represente 70% da Terra, apenas 2,5% correspondem à água doce.
De acordo com as condições climáticas diversificadas e características edafoclimáticas do Brasil, a agricultura possibilita o cultivo de várias espécies.
Entretanto, pouca parte da agricultura brasileira apresenta a inserção de sistemas de irrigação para o fornecimento de água para as plantas.
A irrigação pode conferir maior competitividade na produção agrícola em virtude de aumentos de produtividades e possibilidade do cultivo fora de época tradicional dependente das chuvas.
Excesso hídrico
Certamente as plantas apresentam mecanismos que possibilitam viver e até mesmo produzir sobre uma ampla faixa de umidade do solo.
No entanto, quando a quantidade de água no solo for acima do exigido pela cultura, então teremos o excesso hídrico, o que pode prejudicar a plantação.
Por isso o efeito desse excesso sobre as plantas depende do estádio de desenvolvimento da cultura como também sua duração.
[elementor-template id=”12428″]Principalmente em regiões úmidas, as culturas são afetadas pelo excesso de água devida às inundações ou pela saturação do solo após chuvas intensas.
O excesso de água pode ter como origem o tipo de solo, chuvas intensas, manejo deficiente, técnicas de irrigação inadequadas bem como topografia desfavorável.
Portanto, as consequências desse excesso podem ser verificadas em várias etapas da produção e em intensidades distintas conforme o material genético.
- Na semeadura ou plantio (caso da cana-de-açúcar) podem resultar no assoreamento (deposição de excesso de solo sobre material propagativo) como resultado necessitando um replantio;
- Prejudica o desenvolvimento de raízes e da parte aérea, bem como a fixação de nitrogênio, no caso de leguminosas
- Potencializa o efeito de doenças;
- Maior lixiviação de nutrientes;
- Reduz a produtividade.
Fisiologicamente, a baixa disponibilidade do oxigênio causa redução da respiração e volume total de raízes bem como comprometendo a absorção de nutrientes.
Se o excesso hídrico durar muitos dias pode causar danos irreversíveis e, às vezes, a morte das plantas, dependendo do tipo de solo, fase fenológica e espécie cultivada.
Por exemplo, Letey e colaboradores (1962) constataram com três dias de ausência de oxigênio nas raízes de algodão e feijão na fase vegetativa houve diminuição do crescimento.
Déficit hídrico
Assim se denomina por déficit hídrico quando a precipitação é menor do que a evapotranspiração das plantas num determinado período.
Ou seja, quando ocorre a falta de água no momento em que a planta necessita para se desenvolver.
Portanto, para identificar se haverá probabilidade de ocorrer a falta de água em determinado momento deve-se realizar o balanço hídrico.
Assim, o balanço hídrico permite identificar quais as épocas de seca e maior disponibilidade hídrica, possibilitando o planejamento da época de semeadura e de colheita.
Por meio do balanço hídrico, se ajustam os manejos da irrigação de acordo com a necessidade da cultura, racionalizando o uso da água.
Com o intuito de elaborá-lo, determina-se a camada de solo de concentração das raízes da espécie (95% ou mais do sistema radicular), a série histórica das chuvas e da evapotranspiração.
Dessa forma podem ser obtidos os dados de precipitações por regiões pelo INPE , INMET ou estação meteorológica instalada na própria propriedade.
Conforme vimos, a falta de água pode interferir no desenvolvimento das plantas em diferentes fases do ciclo, desde os processos iniciais de germinação de sementes até na floração.
- Redução da porcentagem de germinação das sementes;
- Menor desenvolvimento da parte aérea;
- Causa aborto e abscisão das flores;
- Prejudica o enchimento de grãos;
- Morte de plantas
Então, quando a quantidade de água no solo diminui, a absorção de água pelas plantas é dificultada, devido ao aumento da força de retenção.
Portanto, quanto maior forem as taxas de evapotranspiração, dessa forma será necessidade de fornecimento de água também.
Práticas de manejo sobre o excesso e déficit hídrico
Decerto que existem práticas que possibilitam ajustar a quantidade de água necessária às plantas, permitindo a obtenção de altas produtividades.
Portanto, quando se tem excesso, devido à má drenagem do solo ou tipo de solo, é recomendável realizar sistemas de drenagem, além de utilizar nestas áreas, culturas mais resistentes ao excesso de água.
Ao mesmo tempo que realizar a semeadura na época correta.
De tal forma que em situações de falta de água, práticas como utilização de cultivares mais resistentes à seca e uso de irrigação são importantes.
O rendimento da lavoura irrigada é 1,8 vezes maior do que em sequeiro, ou seja, quase o dobro de produtividade (FAO, 2021).
Por isso, o manejo da irrigação se feito de modo correto, não ocorre como desperdício de água.
Por fim do monitoramento constante do clima, como precipitação, temperatura e umidade, o uso da irrigação é mais eficaz.
Pois só será fornecido água para a cultura enquanto ela necessitar.
Desse modo, é feita a irrigação sustentável, com a finalidade de aumentar a produtividade sem desperdício de água.
Conclusão
Ademais, nesse artigo foi abordado a importância da quantidade certa de água para as plantas durante seu ciclo.
Então vimos a definição de excesso e déficit hídrico bem como suas práticas adequadas de manejo.
Igualmente a irrigação é um ponto-chave de aumento de produtividade quando se tem o estresse hídrico.
Além disso, geram grande economia para o produtor com o menor uso de água e otimização da produção agrícola.
É produtor? Que tal conhecer o manejo de irrigação da BoosterPRO?
Referências:
LETEY, J.; STOLZY, L.H.; BLANK, G. Effect of duration and timing of low soil oxygen content on shoot and root growth. Agronomy Journal, v. 54, p.34-37, 1962.
REICHARDT, K.; TIMM, L. C. Solo, planta e atmosfera: conceitos, processos e aplicações. 2ed, Barueri: Manole, 2012, 502p.