A falta de água (estresse hídrico) é prejudicial para todas as culturas, em estádios de desenvolvimento distintos.
Conhecer as necessidades hídricas da sua cultura é importante para manejar corretamente a água no campo.
E utilizar ferramentas que te auxilie na tomada de decisão é fundamental para fazer uma agricultura sustentável e atingir altas produtividades.
Neste artigo, você verá a importância da água na produção de algumas culturas e como economizar fazendo um manejo correto da irrigação.
Venha conferir!
O que é estresse hídrico?
O estresse hídrico na agricultura é quando as plantas demandam determinada quantidade de água, mas o solo não tem para suprir.
Todas as plantas necessitam de água para desenvolver e produzir. Sua falta pode, em casos leves, afetar o crescimento e reduzir a produção e, em casos extremos, pode ocorrer morte da planta.
Cada cultura tem momentos de maior demanda por água, esse conhecimento vem da fenologia das plantas, como podemos observar a seguir:
Essa figura mostra as principais épocas de demanda por água em algumas culturas, isto vai variar conforme o cultivar utilizado, região, época de plantio, dentre outros fatores.
O importante é que você conheça a fenologia da cultura que trabalha, para saber as principais épocas de necessidade e a quantidade requerida em determinados momentos.
Causas da falta de água
A necessidade de água está em todos os lugares, nos centros urbanos, nas indústrias, na pecuária e na agricultura.
Com as alterações climáticas a distribuição das chuvas está cada vez mais irregular.
E estas alterações ocorrem em função de uma somatória de fatores, como emissão de poluição, falta de conservação ambiental, entre vários outros fatores.
Na agricultura, podemos citar a falta de cuidado com as nascentes pela retirada da vegetação, resultando na diminuição da vazão e até mesmo na seca de rios.
O uso incorreto da irrigação, além de causar gastos de água desnecessários interfere no ciclo hidrológico, de grande importância à vida.
[elementor-template id=”12428″]Enfim, vários fatores, principalmente humanos, podem ser citados como causas da falta de água no mundo.
E além destes fatores afetarem a produção agrícola, eventos climáticos como La Niña e El Niño, causam mudanças no manejo de produção de todo território nacional.
Portanto, é necessário ter conhecimento destes eventos climáticos para realizar o planejamento do seu ano agrícola.
Quer saber mais sobre os impactos da como La Niña e El Niño no Brasil, clique aqui!
Consequências do estresse hídrico para culturas
A falta de água afeta de diferentes formas as culturas, isto porque depende em qual fase ocorre o estresse hídrico na planta.
Mas no geral, podemos dizer que o estresse hídrico afeta a produtividade, diretamente ou indiretamente, de todas as culturas.
No início de todas as culturas a necessidade de água é imprescindível para germinação e emergência da plântula.
O déficit hídrico na fase inicial de toda cultura leva a diminuição da porcentagem de plântulas, pois a semente necessita de água para retomar o desenvolvimento de embrião.
Os efeitos em feijão, milho, cana e café
Garcia e colaboradores (2012) estudando cultivares de feijão e Kappes e colaboradores (2010) em híbridos de milho, constataram redução da germinação e vigor das plântulas destas culturas quando submetidas à déficit hídrico.
Durante o desenvolvimento da cultura, o estresse hídrico pode causar diversos problemas como diminuição dos entrenós da cana e diminuição do diâmetro do caule e copa no desenvolvimento inicial do cafeeiro.
A produtividade é afetada em todos esses momentos bem como na floração e na fase reprodutiva.
Barbosa et al., (2014) verificaram redução de 1500 kg.ha-1 no rendimento da soja, quando o estresse hídrico ocorreu na fase reprodutiva.
O que fazer para evitar o estresse hídrico na lavoura?
Algumas atividades de manejo e planejamento podem ser realizadas com a finalidade de amenizar ou evitar perdas por estresse hídrico na lavoura.
O uso de cultivares mais resistentes à seca e utilização de culturas mais aptas à falta d’água, quando a região ou o ano indicar deficiência nas distribuições de chuvas.
As práticas de sistemas de plantio, como o plantio direto, na qual a palhada serve como retenção de umidade no solo e, consequentemente, maior disponibilidade de água em comparação ao sistema de plantio convencional.
E claro, o uso da irrigação é uma prática muito utilizada para evitar a ocorrência de deficiência hídrica.
O manejo adequado da irrigação, além de proporcionar aumento no rendimento da cultura evita o desperdício de água.
BoosterPRO, inteligência climática e manejo de irrigação
Assim, ferramentas que auxiliam você, produtor, na tomada de decisão são fundamentais.
E pensando no manejo sustentável da água na agricultura, a Agrosmart fornece ferramentas digitais, que buscam inovar no setor do agronegócio.
Gerando maior economia de água e energia por utilizar a irrigação somente quando há necessidade pela lavoura.
Por meio da utilização de sensores instalados nas áreas de produção, que fazem monitoramento em tempo real da precipitação, temperatura, umidade relativa do ar, evapotranspiração, radiação solar, entre outros dados.
Isto tudo com fácil acesso e disponibilidade para produtor, que recebe alertas sobre sua lavoura.
Com o Manejo de Irrigação da plataforma de inteligência climática, BoosterPRO, você integra sensores instalados no seu campo, e recebe recomendações especificas do seu talhão em relação à fenologia da sua lavoura, irrigando assim somente quando necessário.
Conclusão
Neste artigo você leu sobre os efeitos que o estresse hídrico causa nas culturas, tanto de ciclo anual como perenes.
Viu que as culturas têm fases críticas em relação a falta de água, e que a necessidade de água durante o ciclo de cada cultura é variável.
Além disso, verificou algumas consequências do déficit hídrico, que refletem na produtividade.
E por fim, viu que existem ferramentas que auxiliam na tomada de decisão da irrigação.
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