Quando utilizamos o termo “energia” hoje em dia, já pensamos automaticamente em energia elétrica. Isso, no entanto, tem muito a ver com o fato de contarmos com a eletricidade para tantas funções no nosso dia a dia.
No entanto utilizamos outras formas de energia o tempos todo. Uma vez tendo desenvolvido o fogo, o homem nunca mais seria o mesmo. No entanto, continuamos fazendo uso dessa tecnologia diariamente, nos motores de carros, caminhões e tratores, nos fogões de nossas casas, ao fazer uma simples refeição, utilizamos a energia fornecida pela queima do gás para cozinhar.
Diferentes formas de energia estão ao nosso redor o tempo todo e tentamos tirar o melhor proveito possível delas.
Voltando para a energia elétrica, temos um assunto muito importante para destacar: diminuir seu consumo pode impactar profundamente o custo de produção.
Economia de energia
Uma grande preocupação do produtor rural é a conta de energia no fim do mês. Essa é uma dor de cabeça ainda maior para os agricultores que utilizam algum sistema de irrigação.
Tipicamente, os sistemas de irrigação são grandes consumidores de energia elétrica, por dependerem de bombas e motores elétricos. De forma equivalente, as bombas, motores e geradores à diesel utilizados no campo, têm como fonte de energia o combustível que é queimado.
Tanto os motores elétricos com os movidos à combustão interna precisam ser confiáveis e para isso é essencial ter as manutenções em dia. A eficiência, isto é, a taxa de conversão de energia em trabalho, é radicalmente afetada pelas condições de funcionamento do motor.
Consumo de energia na lavoura
Como o produtor bem sabe, são muitos os equipamentos utilizados em toda a produção que precisam de eletricidade para funcionar. Alguns sistemas de cultivo sequer são possíveis se não houver oferta de energia na localidade.
Apenas a título de recordação, listamos abaixo alguns dos itens utilizados em diversas etapas da produção e que precisam (ou podem precisar) de eletricidade. Esses podem, por exemplo, ser pontos relevantes para melhorar a eficiência da produção, ao reduzir os custos.
Pivô central/ Sistema de irrigação
- Bombas
- Motores elétricos
- Central/ Sistema de controle
Beneficiamento de produtos
- Geladeiras; fornos
- Ventiladores
- Trocadores de calor
- Ar condicionado
- Iluminação
- Equipamentos de higienização
- Secadores e silos de armazenamento de grãos
- Transportadores de grãos (e elevadores)
- Moagem; torrefação
- Lavagem; secagem, seleção; polimento; embalagem
- Aplicação de proteção (cera/plástico)
Produção animal
- Cercas elétricas
- Ventiladores
- Nebulizadores
- Trocadores de calor
- Equipamento de conforto térmico (animais)
- Aquecedores
- Iluminação
- Equipamentos de higienização (ex.:lavadora de alta pressão)
- Equipamentos específicos (ex.: ordenhadeira)
- Carrossel para ordenha
- Portões
- Compressor de ar
- Alimentadores
- Distribuição de água para os animais
Os produtores que realizam cultivo manual, apesar de não possuírem em suas propriedades tantos recursos que dependem do abastecimento de energia elétrica, ainda assim contam com necessidades mais básicas, como a iluminação de algumas áreas.
Vilões do consumo
Alguns instrumentos são uma grande fonte de consumo, quando utilizados. Esse é o caso dos pivôs-centrais e sistemas de irrigação. Quando um produtor opta por utilizar um sistema desse tipo, ele sabe que precisa contar com oferta de energia elétrica em sua propriedade e mais, essa oferta não pode falhar, tem que ser constante e confiável.
O que fazer para reduzir os gastos excessivos?
A economia de energia elétrica tem impacto direto na produção, fazendo com que esta seja mais rentável. A redução da conta no fim do mês fornece um excedente, que pode ser um lucro mais alto ou mesmo redirecionado para melhorias na própria fazenda.
Portanto, para não gastar além do necessário, siga os seguintes passos:
1. Mantenha seu equipamento em bom estado;
A conservação do maquinário não garante apenas sua maior vida útil, mas também a melhor condição de trabalho. Dessa forma você tem certeza que os equipamentos estão sendo usados no máximo de sua eficiência.
2. Cuide das instalações;
Instalações velhas ou em mau estado podem ser responsáveis por um funcionamento inadequado de um equipamento ou sistema, prejudicando a eficiência da produção. Instalações velhas podem sofrer com o desgaste de cabos e conectores, portanto têm uma tendência maior de apresentarem fuga de corrente.
3. Procure fazer a instalação adequada;
Por exemplo: O produtor pode ser tentado a realizar uma instalação direta de de uma bomba na rede elétrica, pelo fato de essa montagem ser mais barata do que a aquisição de um sistema soft-start. No entanto o soft-start pode se provar bastante econômico ao longo do tempo, por garantir um consumo mais baixo durante a partida do motor, momento crítico da operação e que pode resultar em multas para o produtor (em função do pico de demanda de corrente).
4. Economize onde conta (na instalação);
Tome cuidado ao tentar economizar em artigos de uso constante. Cabos, conectores e motores elétricos de alta qualidade apresentam vida útil mais longa que produtos mais baratos, tenha isso em mente. Além disso, a eficiência de equipamentos melhores tende a ser mais alta.
5. Monitore;
É sempre importante acompanhar o seu consumo de energia. Aumentos gradativos ao longo dos meses podem indicar um consumo irregular, decorrente de um problema no sistema. Em outras palavras: quanto mais longo for seu histórico melhor! Não esqueça de comparar esses dados levando em conta a inflação e as variações na tarifa de consumo.
6. Planeje suas operações;
Realizar atividades desnecessárias pode consumir muito do seu orçamento. Produtores irrigantes devem levar isso especialmente em consideração, uma vez que o período de irrigação tem grande impacto nos seus custos. Portanto você que é irrigante deve ter isso em mente: acione seu sistema apenas quando necessário.
Além disso, atividades mal planejadas podem ocasionar a necessidade de refazê-las, gerando novos custos.
7. Energia reativa;
Energia reativa é uma quantidade de energia elétrica utilizada pelo sistema para eletrificar bobinas, por exemplo, e permitir que a instalação funcione. No entanto, essa parcela de energia não realiza trabalho. Esse componente pode afetar diretamente a conta de energia ao derrubar o fator de potência da instalação, por isso é preciso muito cuidado.
Quando realizar uma instalação na sua propriedade, confira com o responsável o fator de potência e a energia reativa do sistema. Com essas informações é possível garantir um funcionamento adequado e uma tarifa de energia mais baixa possível.
Quando a demanda de energia reativa é muito alta, é recomendável a instalação de um banco de capacitores isto é, baterias, que reduzem o fator de potência e adequam a instalação à uma classe de consumo mais baixa.
8. Processos automatizados.
O produtor tem hoje a possibilidade de utilizar diversos recursos de tecnologia para automatizar o funcionamento dos equipamentos em sua propriedade. Com isso, a utilização dos recursos pode ser otimizada, gerando mais economia.
Um sistema de irrigação automatizado, por exemplo, é capaz de operar apenas nos momentos essenciais, evitando desperdício de água e energia por erro humano. Com o controle computadorizado, a operação é iniciada e encerrada assim que atinge o ponto ideal de umidade no solo, poupando recursos caso o produtor tente acertar a quantidade de água a que deve ser aplicada “à olho”.
A utilização de pluviômetros digitais, por exemplo, é uma forma de controle que aumenta muito a precisão das leituras de chuva e proporciona uma irrigação mais eficiente, podendo diminuir consideravelmente os períodos de irrigação e, por consequência, o custo da produção.
Tarifa branca
Você conhece a tarifa branca?
A tarifa branca é uma escolha do usuário da rede elétrica. Entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2018 para as unidades consumidoras com consumo mensal superior a 500 kW/h.
Um ano depois, em 1º de janeiro de 2019, essa possibilidade já foi liberada também para unidades consumidoras com média anual de consumo mensal superior a 250 kW/h. A partir da mesma data no ano que vem, deve estar disponível para todas as unidades consumidoras, em outras palavras, para todos os usuários.
Quando o consumidor entra em contato com a distribuidora de energia elétrica da sua região para aderir à tarifa branca, ele passa a receber um relatório que mostra o seu consumo de acordo com o horário do dia. Portanto, com esse controle o produtor é capaz de perceber quais são os melhores e piores momentos para utilizar seus equipamentos elétricos e reduzir a conta.
Visualizar comentários (3)
1.Como agrônomo atualmente inserido na área da comunicação multimídia (digital, rádiofônica e gráfica), centrada no desenvolvimento regional, quero agradecê-los e cumprimentá-los pela excelência das atividades, propostas e posicionamento da Empresa, observados desde a sua própria denominação e logo;
2. Nos artigos de irrigação, neste primeiro acesso, senti falta de referências à energia solar, especialmente pelas condições diferenciadas e favoráveis de que dispomos na região noroeste do Paraná e sua áreas contíguas e afins, em boa parte das regiões Sul e Centro Oeste do pais;
3.Reiterando cumprimentos, colando-nos à disposição ,gostaria de saber do interesse em disseminarmos/ampliarmos/ aprofundarmos as informações da Agrosmart em nossa região , principalmente a partir de Paranavaí e Maringá .
Ótimas dicas...na situação energética em que passamos, com alto custo na geração de energia é bom que se pense em alternativas para economizar energia.
Que bom que gostou, Augusto! Inscreva-se na nossa newsletter para receber todas as novidades do nosso blog :)