Colheita do café avança com desafios
No mês de maio começa a colheita do café. Sendo este um produto essencial para a economia brasileira desde os tempos do Brasil colônia, o sucesso desse empreendimento é essencial para a garantia de futuro de diversas famílias.
A colheita é uma das operações críticas de todo o processo produtivo. Portanto, problemas durante esse trato podem acarretar na perda de toda a produção, ou redução drástica na qualidade do produto quando chegar ao consumidor.
A produção de café representa parcela significativa da produção agrícola do país. Além de proporcionar oportunidades de emprego nas regiões produtoras, auxiliando especialmente as pessoas que estão desempregadas e precisam de uma fonte de renda.
Tempo para colheita do café
Com o regime de chuvas que tem afetado o sul de Minas Gerais nos últimos meses, os produtores têm se preocupado com a operação de colheita de diferentes formas. Alguns dos principais fatores que podem tirar o sono do cafeicultor são:
Alta umidade, com chuvas constantes; isso ocorreu, no sul de Minas nos últimos meses. Podendo este ser um fator determinante para o aparecimento de doenças e pragas na lavoura;
O tempo úmido e chuvoso não favoreceu a maturação dos frutos, fazendo com que a produção conte com muitos grãos ainda verdes para serem colhidos;
A previsão de chuvas volumosas para o período de colheita, o que pode atrapalhar bastante a operação; a colheita debaixo de chuva também deixa o agricultor preocupado com a qualidade do produto final. Pois essa pode afetar grandemente o valor da saca e, por sua vez, seu lucro;
O planejamento das operações também pode ser bastante comprometido com chuvas em períodos indesejados; essas podem dificultar, ou mesmo inviabilizar a entrada de uma máquina no campo. Além disso, quando os grãos são colhidos com muita umidade, a secagem se torna um processo mais complexo e urgente, para evitar a fermentação do produto.
Em algumas localidades a colheita já começou, mas debaixo de chuva e com uma grande quantidade de grãos verdes. Apesar da operação ter sido iniciada de forma pontual em algumas regiões, em outras o começo foi até mesmo antecipado, segundo o calendário da cultura. Porém não está à todo vapor ainda.
Na realidade, está sim ocorrendo de maneira criteriosa, em ritmo mais lento. Isso se deve muito à preferência do produtor em conseguir frutos mais maduros e melhor tempo para a colheita.
Dificuldades na colheita do café
Para a operação de colheita, o excesso de chuvas cria problemas através de um grande número de variáveis, sendo:
Umidade do solo muito alta, dificultando ou impedindo o uso de determinados equipamentos e até mesmo a operação manual.
Umidade do ar elevada, ocasionando na colheita de grãos úmidos, que podem inviabilizar sua própria secagem, dependendo do processo utilizado.
Planejamento da operação. O produtor muitas vezes tem dificuldade de se planejar, pois mudanças rápidas no tempo podem impedir que o cronograma desejado seja seguido. Esses problemas não são incomuns, fazendo parte do cotidiano do homem do campo.
Safra atual
Para a safra atual, contudo, a expectativa é de queda na produção, em comparação ao ano passado. No entanto, o resultado inferior já era esperado por dois motivos: a safra 2018/2019 foi a maior colheita da série histórica do grão, ainda segundo o Conab.
O segundo motivo que afetou a colheita 2019/2020 foi o efeito da bienalidade natural da produção de café. O café arábica sofre mais com esse efeito, no entanto, as demais espécies também são afetadas. Até mesmo o conilon, que é a planta que apresenta menor variação.
Esse efeito bienal é uma característica da planta do café e já é esperada pelos produtores.
O café não é apenas uma força econômica, mas também uma tradição brasileira. É por esse motivo que existem tantas pessoas trabalhando na sua produção, do plantio até a xícara.