Conheça as 7 principais certificações para a produção de café!

Além de maior transparência na cadeia produtiva, a certificação do café pode agregar valor à marca e ao produto, tornando-o mais competitivo no mercado

A certificação do café, ao longo dos anos, tem evoluído conforme as exigências e necessidades da sociedade por produtos dos mais variados tipos.

Cada uma delas busca atender a uma demanda do consumidor final e, com isso, o mercado está cada vez mais seletivo e competitivo. 

As pessoas querem cafés de qualidade, com preço justo e que tenham sido produzidos com respeito às normas ambientais e sociais – e estão até mesmo dispostas a pagar mais caro por isso.

Nesse contexto, a rastreabilidade e as certificações são dois fatores de grande importância, uma vez que monitoram e atestam as boas práticas ao longo da cadeia produtiva.

Assim, o café deve ser certificado conforme o tipo de mercado consumidor que se deseja alcançar. Por isso, é importante conhecer os diferentes tipos de certificação do café e seus benefícios.

É o que veremos neste artigo. Acompanhe!

A certificação do café no Brasil

O consumo interno de café no Brasil teve crescimento de 1,34% entre novembro de 2019 e outubro de 2020, de acordo com a ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), a entidade mais representativa do setor no país.

Foram 21,2 milhões de sacas de café consumidas no Brasil neste período. O que representa pouco mais de 33% das 63,08 milhões de sacas produzidas em 2020. 

Assim, o Brasil é um dos maiores consumidores de café do mundo, além de ser o maior produtor global do produto.

Certificação do café: conheça as regiões cafeeiras no Brasil (Fonte: BSCA)
Certificação do café: conheça as regiões cafeeiras no Brasil (Fonte: BSCA)

E esse aumento do consumo vem também acompanhado de exigências cada vez maiores dos consumidores, o que tem pressionado as marcas de café a buscarem melhores práticas no campo e ao longo da cadeia.

E tal adaptação, por sua vez, pode ser comunicada por meio de selos e certificações.

O consumidor e as oportunidades de mercado 

Contudo, não é de hoje que o agronegócio busca meios de se adaptar às exigências dos consumidores por uma bebida que vá além da qualidade.

Desde os anos 1980, o país tem selos e certificações que se adaptaram conforme surgiram novas exigências de mercado.

De acordo com a ABIC, existem hoje, no país, mais de 3.000 marcas de café certificadas

Mas, apesar de ser uma demanda antiga, as certificação do café no Brasil teve um maior crescimento nos últimos cinco anos, conforme mostram dados da ABIC.

Certificação do café no Brasil - gráfico mostrando o crescimento dos cafés certificados pela ABIC
Certificação do café: dados mostram grande crescimento da adesão aos selos da ABIC (Fonte: ABIC)

O crescimento das certificações é impulsionado pelos grandes mercados consumidores, como Estados Unidos, União Europeia e Japão. 

Por isso, têm surgido também diversas empresas especializadas na emissão de certificações e selos, seja para a produção de café ou de outras culturas agrícolas.

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Certificação do café: conheça algumas das principais

Ao longo dos anos, empresas compradoras de café, atentas às novas tendências, têm proporcionado aos seus clientes mais que uma experiência de beber uma xícara de café com qualidade especial ou gourmet.

Essa experiência, para ter mais valor, é acompanhada com os selos ou certificações que atestam que determinado café é produzido com sustentabilidade ou de forma orgânica, com origem comprovada e negociado em um comércio justo e solidário. Acompanhe!

Café Orgânico

A certificação do café orgânico existe desde 1990, quando começaram a ser feitas as exportações desse tipo de café.

As principais exigências para que um café seja orgânico são a de que ele não tenha nenhum tipo de agrotóxicos em sua produção nem adubos químicos solúveis, além de outras práticas sustentáveis, como a diversidade vegetal.

As principais certificadoras de café orgânicos são o Orgânicos do Brasil e o IBD Certificações

Café de Origem 

Esta certificação garante a procedência do café, seja de um determinado local ou região, e relaciona-se com as características de onde ocorreu a sua produção.

No Brasil, o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) é responsável pelo registro das IGs (indicações geográficas) dos produtos ou serviços.

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As IGs podem ser do tipo IP (Indicação de Procedência) ou DO (Denominação de Origem). 

No mundo, uma das principais certificadoras é a UTZ Certified, que, além de informar sobre a origem do café, atesta também a sua forma de produção. 

Café Fairtrade (comércio justo)

Os consumidores de café fairtrade possuem preocupações com as condições sociais e ambientais das áreas de produção, além do comércio justo .

Assim, exigem, por exemplo, que eles venham com certificações de produção sustentável, e estão dispostos a pagar a mais por isto. A Fairtrade Internacional é a principal certificadora desse tipo de café.

Café Gourmet

A produção de café gourmet no Brasil tem sido uma importante fonte de renda para pequenos produtores, por conta da valorização do produto. Isso porque, o valor do café gourmet pode chegar até três vezes mais em relação ao convencional.

O café gourmet é considerado quase livre de defeitos (pontuação entre 7,3 e 10). Além disso, a OIC (Organização Internacional do Café) tem incentivado, e muito, a sua produção.

No mundo, a principal certificação para esse tipo de café é a do Cup Of Excellence, competição internacional de café na qual são premiados os grãos de maior qualidade do planeta. 

Café Sustentável

O certificado de produção ambiental sustentável tende a ser um dos mais exigidos no mundo para a produção de café ou outras culturas.

A produção sustentável leva em conta não só a preservação da natureza, mas também ações que resultem no uso de técnicas inovadoras de baixo impacto ambiental, como economia de água por meio do controle da irrigação.

Uma das principais certificadoras globais dessa área é a Rainforest Alliance (RA), com forte atuação no mercado global de café.

Café Especial

Tal como o café gourmet, o café especial possui grande valorização no mercado internacional do grão, mas um não se relaciona com o outro.

O café especial, segundo o SCA (Speciality Coffee Association), possui pontuação mínima de 80 pontos, numa escala que vai de 0 a 100.  

A principal e mais reconhecida certificação de cafés especiais do Brasil é a da BSCA (Brazil Speciality Coffee Association).

Certificações da ABIC

Além disso a ABIC também possui algumas certificações, são elas:

  • Selo de pureza: criado em 1989, é o primeiro selo de certificação criado pela ABIC. Ele atesta que o café é livre de misturas, o que garante a segurança alimentar e respeito ao consumidor.
  • Qualidade: por meio de análise sensorial, classifica e diferencia os cafés em gourmet, superior, tradicional e extraforte.
  • Sustentabilidade: oriundos de fazendas certificadas, são cafés produzidos com respeito ao meio ambiente e ao produtor.
  • Cápsula: atesta a intensidade da bebida, numa escala que vai de 0 a 10 (suave ao mais forte). Serve de orientação ao consumidor.
  • Cafeteria: classifica casas de café (cafeterias, pontos de café) e promove o café de qualidade, além de oferecer capacitação e treinamento como apoio técnico e educativo.

Transparência na certificação do café

Uma importante ferramenta que colabora para a transparência na certificação da ABIC é o aplicativo Abicafé, por meio do qual o consumidor pode consultar o certificado impresso na embalagem do café.

Basta acessar o QR Code da embalagem e conferir os dados da certificação. O aplicativo está disponível nas plataformas App Store ou Google Play.

Benefícios da certificação do café

O principal benefício que obtém ao conseguir uma certificação do café é a garantia de que o produto está seguindo regras para atingir determinado tipo de produção e que tais regras estão sendo fiscalizadas por uma certificadora.

Com isso, a possibilidade de agregar mais valor ao produto e à marca aumenta, bem como de alcançar novos mercados compradores.

Além disso, as empresas de certificação oferecem – a maioria delas – treinamentos regulares para que os processos de produção sejam mantidos ou atualizados e a qualidade do produto aperfeiçoada.

Outro benefício é que os bancos e demais instituições financeiras que concedem crédito rural farão uma avaliação bem mais segura da propriedade ou empresa agrícola no momento de liberar recursos para investimentos.

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Conclusão

Em resumo, a certificação do café traz uma gama de benefícios para o produtor rural ou empresa agrícola, desde a melhoria das práticas no campo, até a maior sustentabilidade ambiental, abertura de novos mercados e maior valorização do produto.

É importante, no entanto, verificar qual a sua área de atuação para buscar a certificação mais adequada, conforme o seu objetivo.

Da mesma forma, estar aberto a mudanças no processo de produção é algo que deve fazer parte do cotidiano de qualquer negócio, para que ele evolua sempre em suas atividades.

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