Por: Dra Lorena Gabriela Almeida
Fisiologista vegetal
Tendo em vista, as diferentes condições edafoclimáticas que as plantas enfrentam e devido a impossibilidade de controlar as condições ambientais, faz-se necessário o maior conhecimento sobre formas alternativas, que visam um aumento a tolerância às condições desfavoráveis de cultivo, tal como restrição hídrica, a fim de, minimizar os danos ocasionados e promover uma manutenção do metabolismo. Dentre tais alternativas, destaca-se o uso de bioestimulantes, os quais são substâncias de origem biológica que podem ser constituídos de diferentes formulações, como produtos à base de ácidos fúlvicos, ácidos húmicos, extratos de algas e aminoácidos. Eles têm sido usados com intuito de proteger as plantas, através da melhoria das respostas adaptativas aos estresses ambientais.
Essas biomoléculas quando aplicadas nas plantas, promovem uma maior absorção de nutrientes devido ao estímulo no crescimento do sistema radicular e incremento da corrente transpiratória. Além de promoverem aumento na atuação dos mecanismos de defesa, atividades fisiológicas, uso da água, síntese de metabólitos essenciais, promovendo assim uma maior produtividade (DU JARDIN et al., 2015). Atuam no crescimento e desenvolvimento vegetal, por meio do estímulo a divisão, diferenciação e alongamento celular. Além disso, sugere-se que incrementos de produtividade desencadeados pelos bioestimulantes podem ser decorrentes de aumentos na fotossíntese, transporte de íons, produção de proteínas e aminoácidos (ALMEIDA et al., 2020).
Os efeitos de proteção diante a condições desfavoráveis de cultivo, tais como, estresses bióticos e abióticos, relacionam-se a reduções na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), ativação do sistema antioxidantes de defesa e incrementos na produção de compostos fenólicos, indicando assim, a capacidade dessas biomoléculas atuarem como osmorreguladores, moléculas de sinalização e moduladores da abertura estomática (DAS; ROYCHOUDHURY, 2014).
Importante ressaltar que, os bioestimulantes não são considerados fertilizantes, pois não possuem quantidades suficientes de nutrientes para atender as demandas nutritivas das plantas. Os benefícios ocasionados pela aplicação dos mesmos, dependem da concentração, natureza e proporção das substâncias presentes, podem ser eficientes mesmo quando aplicados em baixas quantidades no solo ou na planta.
Diante de um cenário cada dia mais tecnológico e desafiador na solução dos mais variados problemas, os bioestimulantes entram como importante ferramenta para contribuir com a qualidade e produtividade agrícola. Algumas décadas atrás isso nem fazia sequer parte das discussões técnicas junto ao produtor agrícola que sempre utilizou insumos tradicionais para a produção como calagem, gessagem, fosfatagem, fertilizantes formulados em macro e micronutrientes essenciais ao desenvolvimento de cada cultura agrícola sem nenhum outro complemento para agregar aumento produtivo.
A veracidade da aplicação de tais moléculas poderá gerar impactos positivos na agricultura, permitindo assim que a produção agrícola das culturas não seja impactada de forma negativa, perante as condições desfavoráveis de cultivo. A utilização dos bioestimulantes, assim como as suas dosagens, dependem da avaliação de um agrônomo.
Portanto, antes de fazer o uso desses produtos é fundamental consultar um profissional da área.
Lorena Almeida é Bióloga -UFLA
Engenheira agrônoma -Unic
Mestre e doutora em agronomia/fisiologia vegetal -UFLA
Pós doutorado-Epamig
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