O manejo da irrigação consiste na determinação do momento, da quantidade e de como aplicar a água na plantação, levando em consideração outros aspectos do sistema produtivo como o controle fitossanitário, as condições meteorológicas, econômicas e as estratégias de condução da cultura.
A forma como o manejo da irrigação é feito varia de acordo com a metodologia escolhida. Grande parte dos produtores irrigantes fazem o manejo de forma simples e sem o auxílio de equipamentos.
O manejo da irrigação feito no “olhômetro” ou no “bico da bota” resultam em desperdício de água e aumento de custos. Além disso, a produtividade da lavoura é comprometida, devido ao excesso ou falta de água disponível para a planta.
[elementor-template id=”12428″]Existem três processos de manejo de irrigação: processos baseados nas condições atmosféricas, nas condições de umidade do solo e nas condições de água na planta. Pode ser feito também o manejo integrado, que recomenda a irrigação baseado nas condições da atmosfera e do solo, conjuntamente.
Manejo da irrigação integrado: via solo e atmosfera
Indicado para: todos os sistemas de irrigação e tipo de cultura.
Vantagens: maior precisão na detecção do momento das irrigações e auxilia na adequação da lâmina de irrigação, pois toda a irrigação é feita com base na evapotranspiração e é monitorada pelos sensores de umidade instalados no solo.
Desvantagens: a viabilidade de implantação do sistema pode restringir áreas muito pequenas de determinadas culturas.
Nesse sistema de manejo, são coletados dados tanto do solo como do clima, relacionados com o estágio fenológico da cultura, para gerar a recomendação mais precisa, como a exata quantidade de água necessária em todos os momentos do crescimento e desenvolvimento da cultura.
Por sua coleta de variáveis de diferentes fontes, possui maior precisão na geração de informações.
Esse é o sistema mais avançado em termos de tecnologia e informação disponível atualmente, tornando-se um fator primordial no sucesso dos empreendimentos agrícolas.
Manejo de Irrigação via solo
Indicado para: todos os tipos de irrigação e culturas, porém é mais indicado para irrigação localizada, onde os sistemas mais utilizados são o gotejamento e a microaspersão. Nestes tipos de irrigação o turno de rega é mais frequente e costuma-se manter a umidade próxima à capacidade de campo com maior constância, mantendo ar nos macroporos do solo.
Vantagens: condiciona o solo a manter-se com teor de água adequado favorecendo o desenvolvimento da cultura, além de não interferir nos tratos fitossanitários.
Desvantagens: este método é mais dependente de uma curva de retenção, que irá indicar o volume correto que cabe em cada tipo de solo. Nesta opção, não há o registro de dados meteorológicos, que também são importantes para uma boa gestão do manejo da irrigação.
Com a implantação de equipamentos direto no solo, pode-se medir a disponibilidade hídrica para as plantas. A capacidade de retenção hídrica de um solo é conhecida como Capacidade de Água Disponível (CAD), que considera um limite máximo onde há água não está sendo perdida por percolação e um limite mínimo onde a água está tão aderida aos poros dos agregados do solo que é indisponível para as plantas. O ponto máximo é chamado de Capacidade de Campo (CC) e o ponto mínimo de Ponto de Murcha Permanente PMP).
Antes de implementar esse tipo de manejo é necessário conhecer as características físico-hídricas do solo. O solo possui características que indicam a sua capacidade em reter a água no solo.
Isso é importante para o balanço hídrico de irrigação, pois com essa capacidade temos o máximo de água que podemos irrigar e o momento certo.
Essas características são obtidas com a curva característica de água no solo, que é determinada por uma amostra de solo enviada a algum laboratório de física do solo.
Com essa curva obtemos; a máxima capacidade do solo reter água é chamada de capacidade de campo (CC), e o ponto de murcha permanente (PMP) é o teor de umidade no qual a planta não consegue mais retirar água do solo.
De maneira simples, podemos definir a CAD como o “tamanho do reservatório” de água a ser consumida pelas plantas e que deverá ser reposta pelas irrigações.
A utilização de tensiômetros ainda é o método mais utilizado para medição de umidade de solo no Brasil, porém esse método possui algumas limitações.
Dentre suas principais limitações, estão a complexidade em realizar instalações corretas e necessidade de frequentes manutenções, visto que acontece um acúmulo de ar na cavidade da cápsula porosa.
Outra desvantagem significativa é a falta de automação, sendo necessário leituras manuais diárias do instrumento. Isto consome muito tempo e prejudica as aferições.
O uso de sensores de umidade de solo de leitura automática possibilita a obtenção de valores de umidade do solo em alta frequência, permitindo a evolução detalhada do comportamento da água no solo, bem como a avaliação do efeito de flutuações diurnas de temperatura na leitura de umidade do solo.
Além disso, são compactos e de baixa manutenção.
Via atmosfera
Indicado para: todos os tipos de cultura e sistemas de irrigação, mas normalmente é mais utilizado em sistemas de irrigação por aspersão.
Vantagens: técnica bastante difundida, principalmente para grãos, que permite o monitoramento eficaz das condições meteorológicas na região e suas influências no consumo de água da planta através da evapotranspiração. Pode ser aplicado para várias culturas, em várias fases de desenvolvimento em um mesmo local.
Desvantagens: uso de muitos cálculos e fórmulas empíricas.
Esse manejo repõe a água perdida pela demanda atmosférica do dia ou de dias anteriores desde a última irrigação. A contabilização da quantidade de água que deve ser restituída para o solo é realizada pelo balanço hídrico.
O balanço hídrico considera todos os fluxos de água que entram e saem do volume de solo explorado pelas raízes. As componentes de entrada do balanço são a precipitação, a irrigação e o orvalho.
O orvalho possui uma ordem de magnitude menor que o consumo diário de uma vegetação em locais úmidos, em regiões ou épocas secas sua contribuição é desprezível em termos de suprimento de água para o cultivo. No entendo, a precipitação e irrigação são as principais componentes de entrada do balanço hídrico.
As perdas de água por percolação profunda, escoamento superficial e subterrâneo e a evapotranspiração são as componentes de saída do balanço hídrico.
As entradas e saídas do escoamento superficial e subterrâneo tendem a se compensar e podem ser desprezados.
A percolação profunda expressa o excesso de água que penetrou no solo pelas chuvas ou irrigação. No entanto, a evapotranspiração é a principal componente de saída do balanço hídrico.
A determinação das necessidades hídricas da cultura é estimada com base nos valores de evapotranspiração associados com o coeficiente do cultivo (Kc), possibilitando determinar a quantidade de água a ser suprida ao solo.
O balanço hídrico para controle de irrigação considera as variáveis atmosféricas exigidas (radiação, vento, umidade e temperatura) para estimar a evapotranspiração, além da precipitação. Estes dados são coletados com a instalação de uma estação meteorológica na propriedade.
Antes de se aplicar essa forma de manejo de irrigação é necessário conhecer alguns aspectos fundamentais, como a fenologia da cultura, demanda hídrica da cultura e características físicas do perfil do solo.
Plataforma de Inteligência Climática BoosterPRO
Muito além do manejo da irrigação, a Agrosmart criou a BoosterPRO, uma plataforma de inteligência climática que conta com manejo de irrigação e que conecta o produtor à sua lavoura.
Por meio de sensores no campo, dados meteorológicos, imagens de satélites e processamento de dados ajudamos produtores rurais a tomarem melhores decisões no campo.
Assim, é possível saber quando, quanto e onde irrigar conforme a necessidade hídrica real da planta em cada fase de seu desenvolvimento.
Torne sua irrigação mais rentável e sustentável, economizando energia ou combustível, água, mão de obra, e aumentando a produtividade da lavoura.